No dia 12 da Janeiro de 2010 um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o Haiti, o país economicamente mais pobre da América. Todos lembram e lamentam a tragédia. Mas o que pode ser feito? Alguns pastores do Brasil se reuniram, e resolveram responsabilizar-se pela igreja haitiana, acreditando que a igreja pode ser um centro de recursos, não só espirituais, mas também básicos, como alimento e abrigo. Para isso foi criada a ONG M.A.I.S., Missão em Apoio a Igreja Sofredora, com o intuito de levar alimento, água potável, remédios e outros recursos a um povo que perdeu tudo o que tinha. A próxima viagem será a terceira do grupo. Para levantar recursos, corredores da Igreja Presbiteriana Missional do Buritis completaram uma prova de 10km no dia 13 de Junho de 2010 patrocinados por pessoas como você. Cada kilometro é uma conquista!

15.6.10

Conseguimos!


A sensação de completar 10km numa prova como a da Adidas é euforia pura. Agora, a sensação de completar 10km sabendo que cada kilometro trará mais e mais recursos para ajudar um povo sofredor é indescritível! No total, foi arrecadado R$3.500 que será usado para levar alimento, água potável e medicamentos para uma comunidade perto de Porto Príncipe.

Obrigada a todos que contribuiram para a causa com o doações, apoio e incentivo!


25.5.10

O Haiti 100 dias depois...

Voltei a Porto Príncipe entre 20 e 27 de abril. Portanto, estava lá quando completaram-se cem dias desde a catástrofe de 12 de janeiro. Vi paradoxos. E são esses paradoxos que deverão delinear os passos da igreja internacional acerca da igreja haitiana daqui por diante.


Paradoxo 1º: Há comida, mas não há dinheiro
Nas duas vezes anteriores em que nos propusemos a ajudar as igrejas haitianas, compramos alimentos na República Dominicana e trouxemos em caminhões. Ainda em Janeiro, não se encontrava alimento no país. Em março já havia, mas os preços eram proibitivos. Agora já não compensa buscar em outro lugar.
A cesta básica no Haiti não deve ser nem de longe uma das mais baratas do mundo. Mas seria viável, se estivéssemos falando de uma economia sólida. A oferta de alimentos, porém, diz respeito ao novo perfil populacional baseado em ONGs internacionais. Curiosamente, os supermercados estão reabrindo e o fornecimento existe, para alimentar quem supostamente vai servir a nação.
O povo, porém, continua sem trabalho – a maior parte dos comércios ruiu, bem como as instituições educacionais e os prédios públicos. Não há sustento. A necessidade ainda é praticamente a mesma, e os projetos humanitários mais eficazes no Haiti serão aqueles que vislumbrarem fornecer empregos e desenvolver sustentabilidade.


Paradoxo 2º: Há esforço massivo pela limpeza e reconstrução; os avanços, porém, foram pequenos

Não é possível quantificar os escombros resultantes da tragédia de janeiro sem ver pessoalmente o local. É muita pedra. Não se mede por fotografia ou filmagem. Especialistas falavam em um ano de esforço ininterrupto para limpar a capital. Já se vão quase quatro meses, e talvez 10% de Porto Príncipe já possa pensar em receber novas obras. Sem contar os arredores, onde os escombros sequer devem ser retirados. Nas periferias, ainda há corpos sob os prédios.

Paradoxo 3º: As ONGs estão lá, mas o trabalho é confuso
Há muito interesse em torno do Haiti. Os vôos que chegam à capital trazem grupos uniformizados representando entidades de várias nações. É fenomenal. Mas como o governo local é desestruturado (e isso, creia, é pré-catástrofe!), não há coordenação. As tropas da ONU que patrulham a cidade estão diminuindo: alguns países sentem que sua missão já está cumprida. Em várias regiões há grandes organizações trombando suas intenções humanitárias, enquanto outras permanecem sem qualquer ajuda.



Paradoxo 4º: Há lágrimas, mas há esperança

Por último, creio que esse seja o portal de entrada para a igreja de Cristo. Em nossas primeiras incursões, notamos uma reação estranha nos cristãos, por exemplo. Comentavam sobre seus finados parentes e amigos com naturalidade estranha; pareciam congelados pelo impacto, mais preocupados em conservar a própria sobrevivência naquele momento de pânico.

Agora, vimos lágrimas. Sim, muitas lágrimas. As esposas de pastores choram, os pastores se deprimem, parece que a ficha começa a cair. Os estudiosos afirmam mesmo que leva-se de 60 a 90 dias para que uma tragédia coletiva comece a gerar os mais graves efeitos psicológicos.

Por outro lado, mesmo que em meio às lágrimas a igreja espera em Deus. Os pastores assumem que somente a igreja de Cristo será capaz de transformar o Haiti de forma eficaz, a partir de novas bases. A igreja sonha em curar, em educar, em alimentar. As comunidades cristãs têm sido a embaixada da esperança, o lugar de refúgio daqueles que nada têm. E essa esperança, o Deus da graça sempre vai ofertar.

Mário Freitas é pastor, missiólogo e coordena trabalhos humanitários junto à igreja haitiana desde Janeiro de 2010.

20.5.10

A tragedia aconteceu 5 meses atrás mas o sofrimento existe hoje.

Entre os dias 01 e 10 de Fevereiro de 2010, uma equipe de 7 brasileiros, entre pastores e líderes, esteve no Haiti com dois objetivos: 1) levar alimentos ao povo da Eglise Evangelique de la Bonna Nouvelle - uma igreja evangélica que tornou-se um centro de distribuição de mantimentos para cerca de 500 pessoas; e 2) levar alento e encorajamento ao povo através de visitações, ministrações e momentos de comunhão.



A equipe voltou ao Brasil com corações dolorosos mas esperançosos, pois podemos fazer uma diferença real na vida de centenas de pessoas. Em Junho e Julho, novas equipes retornarão para continuar o trabalho iniciado em Fevereiro. Levarão água, alimento e atendimento médico para as centenas de homens, mulheres e crianças que ainda necessitam de cuidados básicos.

Você também pode fazer parte desse trabalho!